terça-feira, 30 de abril de 2013

Meus Produtos de Beleza preferidos nessa fase...


              Para todas as mulheres que passam por um tratamento oncológico, é importante ter a consciência que é só uma fase e que vai passar, e durante esse processo , é essencial manter nossa auto- estima elevada... estar bem tanto  por dentro, como por fora,  pois é bom se reinventar todos os dias....

Meus Produtos de Beleza Preferidos nessa fase:

- Filtro Solar fps 45 Episol Toque Seco( Farmácia)- Muito bom, toque seco.
-BB Cream Loreal  claro-fps 20 - é realmente Milagroso, é a junção de base, primer, hidratante e filtro solar. deixa a pele com uma textura ótima, mate , o dia todo! ( e o melhor é que custa menos de 30 reais)
- Corretivo Yellow da Mary Kay-O Salva-vidas das olheiras e manchas arroxeadas!!!Salva o meu visual   nessa fase!!!Ele neutraliza e cobre as olheiras.
-Base Timewise Mate Mary Kay-ótima base, cobertura mate, uso quando saio a noite, depois do corretivo.Aplico com pincel duo fiber .
- Balm protetor labial e creme Bepantol ( Farmácia):  São ótimos para hidratar as áreas ressecadas dos lábios( Balm) e corpo...
- Lápis de Sobrancelha da Koloss-É o melhor para preencher as sobrancelhas falhadas!! Fica bem Natural.Outro salva-visual!!!
-  Máscara Cílios Colossal Maybelline: Deixam os cílios remanescentes enormes... muito bom!!!
- Cílios Postiços diversas marcas,  com cola Duo ( é a melhor)
- Pó Bronzeador- Eu uso como contorno, no lugar do blush, além de dar uma "corada" ainda ajuda a afinar o rosto.
-Delineador em gel com pincel chanfrado: Deixam os olhos delineados e lindos! Para uma maquiagem mais "elaborada".
-Lápis Preto Toque de Natureza: O melhor lápis preto!
- Batons e sombras coloridas de marcas diversas:  Adoro ! são essenciais para levantar o astral e deixar o visual mais "alegre".Compre várias cores que nunca ousou! Nessa foto , eu usei um tom "tomate" da Daillus, nunca tinha usado um batom vermelho, e adorei! Criei um look anos 50 para conhecer um "Diner" estilo anos 50 no último sábado, com meu marido.
-Cicatricure Gel- (Farmácia) é um gel hidratante/umectante, melhorou bem o aspecto das minhas cicatrizes e uso como hidratante pós quimio, é bem gel e dá um up na minha pele que fica até craquelada de tão ressecada.

Como não encontrei por aqui um organizador pronto, acabei "inventando" o meu próprio. Facilitou muito essa  vida de se maquiar todos os dias: #duroserdiva  kkkk :-)



Para quem não quer ir numa loja física de cosméticos, indico essas lojas virtuais  aqui, aqui e aqui, onde  já comprei e são confiáveis, entregaram tudo rápido e certinho.
 E quanto a vocês? Quais são os seus preferidos??? 

terça-feira, 23 de abril de 2013

Metade da etapa cumprida... a terceira quimio já era e a vida segue....


    Pois é, agora mais que nunca querendo que o tempo passe rápido, para terminarem logo os ciclos de quimio... Muitos planos, muitas expectativas para o futuro....
     Na semana anterior sai com o marido, fomos num barzinho, jantamos e assistimos uma  apresentação de uma banda de rock. Foi bem divertido...Uma hora veio um senhor na nossa mesa, me perguntou se eu estava fazendo tratamento, respondi que sim...e ele disse que seu filho teve leucemia aos 3 anos e hoje está muito bem e é campeão de natação, que ele havia se curado e que eu tb iria ficar bem. Achei bacana, é bom ouvir histórias que nos dão ânimo para prosseguir...
    Essa semana foi o casamento da Monique, do blog: Monique Uma guerra para ser vencida  , ela teve câncer de mama , fez todo tratamento, se curou  e agora se casou com seu amor!!!  Viva o amor verdadeiro que supera qualquer obstáculo.... Uma ótima semana para vocês!!!
     
     
    
     

terça-feira, 16 de abril de 2013

Um novo visual a cada dia......reflexões sobre auto imagem nessa fase....

 
      A mudança da imagem é algo muito difícil  de lidar ...a perda dos cabelos e a mudança física que o tratamento provoca é algo mais complicado para algumas pessoas que o próprio tratamento.
      Ainda bem que hoje podemos recorrer aos diversos artifícios para salvar nosso visual : maquiagem, perucas, cílios postiços, lenços e assessórios para renovar  a imagem e a auto estima.
      Sem a moldura do cabelo, tenho que me renovar a cada dia,  e recomendo usar  e abusar das cores alegres!!! É uma fase, vai passar... então temos que  buscar nosso tipo de beleza nessa fase... Sempre gostei de maquiagem, na adolescência maquiava e fazia os cabelos das amigas que iam para balada... fazia a produção das amigas madrinhas em casamentos e etc... Mas não é a primeira vez que preciso recorrer à maquiagem para me  "salvar" ...( risos)  Aos 16 anos sofri um acidente, fui atropelada e metade do rosto ficou no asfalto, todo ralado.... por sorte não ficaram  marcas, mas durante um tempo tive que recorrer  a esses artifícios para igualar a pele, e acabei gostando, e hoje tem sido muito útil durante esse processo...
       Blogs e fan pages inspiradoras:

Quimioterapia e Beleza- fan page criada pela Flávia Flores Fly que tem inspirado muitas mulheres que passam pelo tratamento quimioterápico.

Espelho Meu- Blog da maquiadora Alice Salazar... mudou meu jeito de me maquiar.... adoro!!!

Petiscos-  Blog da Julia Petit, dicas sobre moda, maquiagens e muitas coisas mais... 

Pausa para feminices- Blog sobre beleza e maquiagens com muito bom gosto....

Em breve faço uns posts dos produtos que tenho usado e mais deram certo durante essa fase.... bjos!!



sexta-feira, 12 de abril de 2013

A PIPOCA- RUBEM ALVES



A pipoca
                                                                        Rubem Alves 
                 A culinária me fascina. De vez em quando eu até me até atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente com as palavras do que com as panelas. Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico-me a algo que poderia ter o nome de "culinária literária". Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nobis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos. 
                Cheguei mesmo a dedicar metade de um livro poético-filosófico a uma meditação sobre o filme A Festa de Babette que é uma celebração da comida como ritual de feitiçaria. Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi como chef. Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo — porque a culinária estimula todas essas funções do pensamento. As comidas, para mim, são entidades oníricas. Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginei, entretanto, que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu. A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou psicanalíticas. 
              Entretanto, dias atrás, conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo inesperado na minha mente aconteceu. Minhas idéias começaram a estourar como pipoca. Percebi, então, a relação metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível. A pipoca se revelou a mim, então, como um extraordinário objeto poético. Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas dentro de uma panela. Lembrei-me do sentido religioso da pipoca.
            A pipoca tem sentido religioso? Pois tem. Para os cristãos, religiosos são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque vida, só vida, sem alegria, não é vida...). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas. Lembrei-me, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do Candomblé baiano: que a pipoca é a comida sagrada do Candomblé... A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido. Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois o fato é que, sob o ponto de vista de tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais.
               Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a idéia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos. Havendo fracassado a experiência com água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado. Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer.
        O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira, molecagem, para os risos de todos, especialmente as crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas! E o que é que isso tem a ver com o Candomblé? É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação porque devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. 
           O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer, pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa — voltar a ser crianças! Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosa. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. 
        Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão — sofrimentos cujas causas ignoramos.Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação. ]
            Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: PUF!! — e ela aparece como outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante. 
              Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro. "Morre e transforma-te!" — dizia Goethe.
              Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando sobre os piruás com os paulistas, descobri que eles ignoram o que seja. Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. Meu amigo William, extraordinário professor pesquisador da Unicamp, especializou-se em milhos, e desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás. Mas, no mundo da poesia, as explicações científicas não valem. Por exemplo: em Minas "piruá" é o nome que se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, lamentava: "Fiquei piruá!" Mas acho que o poder metafórico dos piruás é maior. 
              Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. Ignoram o dito de Jesus: "Quem preservar a sua vida perdê-la-á".A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo a panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo. Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira... "Nunca imaginei que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu". 
O texto acima foi extraído do jornal "Correio Popular", de Campinas (SP), onde o escritor mantém coluna bissemanal.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Segunda Quimio...






                Na última quinta-feira antes da Páscoa, fiz a minha segunda quimio...  Fui animada, mas dessa vez os efeitos colaterais  foram bem mais fortes, e acabei tendo que ir ao hospital tomar soro  e medicamentos.
                Mas agora já  estou melhor... Fui no retorno do meu Médico Homeopata e ele me prescreveu novas opções... Essa semana vou dar uma descansada para semana que vem voltar ao trabalho...
                Vamos que vamos...
                Ganhei esse lenço  de borboletas da Oma Hilda, a avó do meu marido há tempos atrás... essa semana ela completou 89 anos. detalhe do meu lacinho: